Tá na boca da grande maioria dos investidores que quanto maior o risco, maior o retorno. Mas será que essa frase se aplica literalmente dessa maneira? Na verdade poucas pessoas entendem verdadeiramente o significado de risco, o que leva a grandes erros de interpretação como essa frase, por exemplo.

No livro O mais importante para o investidor dentre vários tópicos, Howard Marks deixa em destaque o tema risco. Ele define, muito bem por sinal, que o risco de investimento é a incerteza quanto ao resultado futuro, ou a probabilidade de algo não sair como planejado, tanto para mais, quanto para menos.

Na condição pura da frase "quanto maior o risco, maior o retorno" a gente pode interpretar o gráfico entre risco e retorno de uma maneira linearizada, como a figura a seguir. E, tratanto essa interpretação como verdade, a maneira mais simples se eu quiser ter um retorno maior, é só eu deslocar para o lado que tem mais risco e pronto! Vou ter resultados maiores.

Mas calma aí, se sempre que eu me colocasse desse lado que tem mais risco, eu tivesse maior retorno, então não haveria nenhum risco verdadeiro, já que sempre eu teria esse resultado superior garantido. Considerando esse cenário linear, haveria sempre a previsibilidade de ganhos maiores quando o risco ao qual o investidor estivesse exposto fosse maior.

A partir do conceito de Howard Marks onde o risco é a probabilidade das coisas não saírem muito bem como planejadas é que ele apresenta esse novo formato da relação entre risco e retorno. 

Similar ao gráfico inicial, conforme o risco aumenta o retorno também tende a aumentar. Entretanto, inevitavelmente, também se amplia as possibilidades de resultados, tanto para acima quanto para abaixo das expectativas.

A linha reta faz uma referência a expectativa de retorno, enquanto a região onde é encontrada a curva, cujo nome dentro da estatística é distribuição normal, são as possibilidades de resultados reais.

O risco mais alto vai deixando essa área de resultados possíveis cada vez maior. Então na situação conforme projetada nos estudos, com tudo dentro dos parâmetros considerados na análisa, o resultado fica bem certinho na linha reta, tendo o equivalente ao desenho do gráfico anterior. Existe uma probabilidade menor, mas possível, dos resultados serem acima das expectativas e ir lá no extremo superior da curva, deixando todo mundo que investiu feliz da vida. Mas também existe a probabilidade das coisas não darem muito certo e o resultado chegarem cá embaixo da curva, dando prejuízo aos investidores.

Em resumo, quando o risco aumenta, a possibilidade de retorno aumenta, mas a previsibilidade diminui.

Mas você pode estar se perguntando: então não devo fazer investimentos que são considerados arriscados?

Respondendo na lata, se o único item que te motivou a fazer esse tipo de aporte é a expectativa de alto retorno, provavelmente não! E olha que a Revin é uma plataforma de crowdfunding de investimento em pequenas e médias empresas e negócios emergentes, considerado mais arriscado do que investir, por exemplo, em ações. E apesar de que nosso objetivo é ter você como um dos nossos investidores, não queremos que você venha puramente pela alta projeção de retorno.

Quando falamos em ativos considerados mais arriscados, o controle do risco é a diferença essencial entre um investidor inteligente e um meramente ambicioso. E o aprendizado sobre o controle de riscos é algo necessário até mesmo para o investidor que fica apenas no cenário de investimento em renda fixa.

Um exemplo, se você procurar agora no seu banco ou corretora por CDBs, provavelmente você encontrará opções de diferentes emissores. O CDB dos bancões, os conhecidos bancos mais tradicionais que já estão há várias décadas no mercado, onde a maior parte da população tem conta e possuem os maiores faturamentos do mercado, eles vão te oferecer uma taxa de juros mais baixa. Isso porque pelo tamanho deles e domínio do mercado que possuem, seria necessário algo bem mais catastrófico para que fosse afetada a capacidade deles em quitar esse CDB. Entretanto, você também vai achar uma proposta de CDB com uma taxa de juros maior. Esse segundo vai provavelmente estar vinculado a um banco mais jovem, que ainda não tem tanta penetração no mercado, e que acaba sendo mais frágil comparado ao bancão do exemplo anterior, e portanto mais arriscado.

Esse exemplo como um todo, também, ajuda a entender que a projeção de retorno maior é um prêmio oferecido pela maior exposição ao risco.

Claro que os CDBs possuem a proteção do fundo garantidor de crédito para até 250 mil reais por CPF por instituição financeira, mas citamos o CDB como exemplo só para demonstrar que até na renda fixa o controle e entendimento de riscos é muito importante.

O controle de risco começa pelo investidor ter ciência e clareza sobre os limites de perda que podem ser experimentados, da visão de longo prazo e consequentemente não necessitar do capital em curto e médio prazo e da diversificação da carteira.

De uma maneira mais simplificada, se um aporte que você está considerando fazer vai tirar sua noite de sono, provavelmente você não deveria fazê-lo.

Se a possibilidade de múltiplos em uma empresa te faz brilhar os olhos, e nessa mesma empresa a possibilidade de perda do capital investido não te faz embrulhar o estômago ou tirar o sono, você é um dos nossos! Você já tem sua mente focada em retornos de longo prazo, e preparada para os percalços que podem ocorrer no caminho. Venha conhecer nossas ofertas públicas de investimentos em pequenas e médias empresas!

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