Como montar a equipe ideal para empresas de estágio inicial que buscam atrair investidores
Se você é um empreendedor à frente de um negócio em estágio inicial, provavelmente já se perguntou qual é a equipe ideal para começar a sua empresa. A importância que os investidores dão ao time que lidera uma empresa é unânime. Todos eles avaliam quem são as pessoas à frente do negócio e se elas são as melhores para estar ali. Inclusive, há um jargão no mundo dos investimentos que diz "Aposte no jóquei e não no cavalo". Isso acontece porque um time excepcional consegue dar resultados até em negócios que não são tão promissores. Isso se deve, principalmente, à capacidade desse time de entender o negócio e adaptar-se para fazê-lo realmente ter sucesso. Em contrapartida, um time fraco não pode sustentar nem mesmo um negócio com grande potencial de mercado. Isso ocorre porque as pessoas envolvidas no negócio tendem a fazer sempre a mesma coisa, sem adaptar-se às novas demandas do mercado. Resultados passados não garantem resultados futuros, então é importante formar um time de alta performance, excepcional, para liderar o seu novo negócio. A seguir, detalharei quatro pilares fundamentais para formar uma equipe de alto nível.
Jóquei em seu cavalo
O primeiro pilar é o conhecimento de mercado. É importante que uma das pessoas à frente da empresa seja um profundo conhecedor da área, pois isso trará uma visão mais aprofundada e inovadora em relação aos problemas do setor. Além disso, essa pessoa terá empatia e compreenderá as dificuldades enfrentadas pelos clientes. Com base em sua própria experiência, ela poderá ajudar a conduzir testes de canais de vendas mais assertivos e fornecer orientações sobre o caminho mais fácil para alcançar os resultados esperados. O mais importante é que essa pessoa já conhecerá muitas pessoas da área, o que acelerará o processo de abertura de portas para conversar com clientes e fechar contratos. Como um especialista reconhecido no setor, ela será capaz de acessar clientes e parceiros com muito mais facilidade.
E o segundo pilar é o conhecimento do seu produto. Pelo menos uma pessoa deve ter um profundo conhecimento sobre a solução que vocês pretendem construir. Já mencionei isso algumas vezes, mas não custa reforçar: o investidor não gosta de aventureiros e, nessa situação, é óbvio que ele vai querer saber quem são as pessoas por trás do negócio e qual é a experiência delas. Quando se trata de decisões que envolvem mais dinheiro e mais risco, é importante conhecer a experiência da pessoa que está conduzindo o projeto. Para ilustrar isso, imagine que você precisa construir uma casa e precisa contratar um pedreiro. Você se sentiria confortável em contratar alguém que nunca construiu uma casa antes? Provavelmente não. Da mesma forma, o investidor quer saber se as pessoas envolvidas no projeto têm a experiência necessária para conduzir o negócio com sucesso.
Mulher tomando nota de informações
Se você está tendo dificuldade em encontrar alguém que tenha conhecimento sobre o produto para compor sua equipe, não sugiro que você terceirize com um freelancer. O conhecimento do produto é um núcleo central do seu negócio e precisa estar nas mãos de alguém comprometido em permanecer na empresa. Os freelancers podem executar tarefas esporádicas, mas não têm o compromisso de continuidade com sua empresa.
Para ilustrar melhor essa questão de conhecimento em relação ao produto, vamos pensar em um exemplo prático. Digamos que você esteja tentando construir uma solução para automatizar alguns processos financeiros. Nesse caso, você precisará de uma pessoa que tenha conhecimento na parte de desenvolvimento, capaz de implementar a solução de automatização, e outra pessoa que tenha conhecimento relacionado aos processos que serão automatizados. Essa pessoa deve ter vivência dentro da área financeira e entender os processos que serão implementados.
O terceiro pilar fundamental para a composição da equipe é a capacidade de execução - traduzir conhecimento em ação, não ficar apenas no mundo das ideias. É essencial colocar as mãos na massa para fazer a empresa andar, fazer o negócio girar. Alguns aspectos importantes relacionados a este terceiro pilar incluem: tempo, foco, disciplina, capacidade de resolver problemas, flexibilidade para se adaptar às mudanças de escopo que podem surgir e recursos financeiros suficientes para sustentar a pessoa até que a empresa comece a gerar lucro.
Não adianta a pessoa ter conhecimento excepcional se não tiver tempo para dedicar ao projeto ou não tiver foco e disciplina para executar as tarefas necessárias. Além disso, é importante ter habilidade para resolver problemas e se adaptar a mudanças que podem ocorrer durante o processo de construção do negócio. Por último, é crucial que a pessoa tenha recursos financeiros suficientes para se sustentar até que o negócio comece a gerar receita.
Equipe unida tomando café
O último pilar, mas não menos importante, é o alinhamento da equipe, ou seja, a capacidade de manter a coesão e a sintonia entre as pessoas que estão trabalhando em prol do objetivo final. Eu sugiro fortemente que você não confie apenas na palavra ou amizade das pessoas que está recrutando para compor sua equipe. Particularmente, eu aprendi a importância desse pilar pela dor. Inclusive, quero enfatizar aqui para que você não tenha que passar pelos mesmos problemas que eu tive no passado e já possa avançar seu negócio para o próximo estágio. Para evitar esses problemas, sugiro que você construa um bom acordo de acionistas, que basicamente vai reger todas as condições para os acionistas ou candidatos a acionistas da empresa. Lá serão definidas questões como as cotas e a participação de cada um, as regras de entrada e saída da empresa e, muito importante, as regras de saída. É importante prever essas regras para que as mudanças na vida pessoal dos acionistas não afetem a continuidade da empresa. No acordo de acionistas, você também pode definir cláusulas de vesting, que é uma excelente alternativa para atrair e manter talentos importantes para o seu negócio. O vesting é uma espécie de aquisição progressiva do direito de participação na sociedade. O funcionário, por exemplo, vai progressivamente tendo direito de adquirir uma participação societária e, juntamente com as cláusulas de vesting, você também pode definir as condições para o cliff, que basicamente estabelece os prazos para execução do vesting. É como se fosse um período probatório para que a pessoa tenha direito a participar das cláusulas de vesting. Para o investidor, o acordo de sócios é muito importante porque aumenta a segurança jurídica da continuidade do negócio. E, internamente, para sua equipe, o acordo de acionistas pode aumentar o alinhamento de todos em prol de atingir o objetivo comum da empresa. Cada um pode ter seus objetivos particulares, mas todos precisam estar alinhados em prol do sucesso do negócio em si.
Leia também:
👉 Estágios de Maturidade Empresarial e Fontes de Financiamento: Um Guia Abrangente
Gostou desse artigo? Este conteúdo também está disponível no nosso canal no YouTube ✨
Este artigo foi atualizado em 04/05/2023